Anel viário de Jequié, recebe 4,60 km de ciclofaixa. #cicloolhar
Jequié: prefeito, pavimentação asfáltica com ou sem ciclofaixa? #cicloolhar #cidadania
Salve o planeta, pedale! 11º Bicicultura e 13º Fórum Mundial da Bicicleta. #cicloolhar
Dado Galvão, Movimento @cicloolhar
junho, 2024
Jequié e a Bicicleta de Troia. #cicloolhar #Jequié
Qual o preço de um capacete para ciclista? Partilha e reflexão #cicloolhar
Agradecemos pela valiosa partilha enviada via Instagram, pela ciclista Stella @diasdesolitude de Curitiba - Paraná, para nossa reflexão.
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Promova doações de capacetes novos ou usados (que estejam em bom estado de conservação), para ciclistas de baixa renda, pobres. Doações individuais ou coletivas são importantes na construção de uma mobilidade mais humana e fraterna, que salva e protege vidas.
Partilhe com o seu grupo de ciclismo, amigos/as do pedal e promova doações de capacetes na cidade onde você mora e anda de bicicleta. Para o bem comum, vamos agir localmente, pensando sempre na nossa casa maior.
Possíveis dúvidas, fale com o Movimento @cicloolhar #cicloolhar
fevereiro/2024
Campanha incentiva doação de capacetes para ciclistas na Bahia. #cicloolhar
Sobre a forma de doação, o criador do movimento, Dado Galvão, respondeu ao CORREIO que a principal missão da campanha é estimular os ciclistas a expandirem a ação para outras cidades. “Nós estamos dando o exemplo aqui de Jequié, no interior da Bahia, mas o que a gente quer é que a pessoa assista o nosso vídeo, veja a nossa ideia e reproduza na na sua cidade, mobilizando grupos de ciclismo e amigos/as do pedal”, disse. (LEIA MAIS AQUI)
Ciclista: você vai trocar o capacete ou tem um capacete encostado em casa? #cicloolhar
Partilhe com o seu grupo de ciclismo, amigos/as do pedal e promova doações de capacetes na cidade onde você mora e anda de bicicleta. Para o bem comum, vamos agir localmente, pensando sempre na nossa casa maior.
Possíveis dúvidas, fale com o Movimento @cicloolhar (assista ao vídeo).
Julieta(s) seguem pedalando! #cicloolhar
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) confirmou (6/1) a morte da ciclista e artista circense venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, (38 anos). Ela estava desaparecida desde 23 de dezembro, quando percorria em uma bicicleta cidades do interior do Amazonas.
Julieta foi encontrada morta (5/1) teve o corpo queimado, foi estuprada e enterrada em uma cova rasa. Os detalhes do crime foram revelados pelos acusados em depoimento à (PC-AM) no município de Presidente Figueiredo, que possui mais de 30 mil habitantes, números do IBGE, território onde ocorreu a barbárie.
Segundo o relatório policial, que a jornalista Adrisa De Góes, da Revista Cenarium Amazônia, teve acesso, o casal que assumiu a autoria do assassinato e tiveram prisões preventivas decretadas, foram identificados como Thiago Agles da Silva, 32, e Deliomara dos Anjos Santos, 29. Ambos moravam próximo ao local onde a ciclista estava hospedada, no Espaço Cultural Mestre Gato, localizado no Ramal do Urubuí, km 1 da BR-174.
Investigações, comandadas pela 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) , chegaram à dupla após partes da bicicleta de Julieta ser encontrada por um trabalhador em um matagal perto do local que funciona como ponto de apoio para pessoas que trafegam de bicicleta ou a pé pela rodovia.
Após ser interrogado pela polícia sobre o paradeiro da ciclista, Thiago, inicialmente, disse que ela havia passado a noite no espaço de hospedagem e seguido viagem, mas depois ele confessou o crime e mostrou onde o corpo de Julieta havia sido enterrado. Mesmo com a confissão, a versão do casal é divergente.
Descrevemos abaixo versões da barbárie para refletirmos nos pequenos detalhes das narrativas sobre os caminhos que potencializam violências.
Versão da acusada
“Em depoimento à polícia, Deliomara afirmou que o companheiro Thiago Agles estava há três dias usando drogas e ingerindo bebida alcoólica e, na madrugada do dia 23 de dezembro, por volta de 1h da manhã, ele planejou roubar o celular de Julieta, que estava com o aparelho celular na rede em que estava deitada, na varanda da residência.
A suspeita disse que o homem foi até a rede onde a vítima estava dormindo e exigiu que ela entregasse o celular. Depois, ele enforcou a vítima, a jogou no chão e mandou Deliomara amarrar os pés de Julieta. Em seguida, Thiago arrastou a artista para a cozinha da residência e começou a cometer abusos sexuais.
Ao presenciar a cena e com ciúmes da situação, Deliomara jogou álcool nos dois e ateou fogo. Com o corpo em chamas, Thiago correu e apagou as chamas com um pano molhado e foi ao hospital municipal em busca de socorro. Já a suspeita relata que amarrou uma corda no pescoço da vítima, que estava desacordada, e a arrastou para a área de mata, próximo à residência, e a enterrou”.
Versão do acusado
“Thiago Agles não confirma a versão de Deliomara. Ele relata que estava usando entorpecentes com a Julieta e que, em determinado momento, a esposa, com ciúmes, teria jogado álcool nos dois e ateado fogo. O suspeito confirmou à polícia que tem passagem na Justiça pelo crime de tráfico de drogas no Estado de Roraima e estaria residindo em Presidente Figueiredo há 7 meses.
O casal tem cinco filhos, sendo um bebê de dois meses. As crianças foram encaminhadas pelo Creas, ao Conselho Tutelar, aos cuidados de um familiar”.
Julieta não morreu porque era ciclista, cicloviajante e artista. Mas a violência no trânsito brasileiro mata muitos/as ciclistas cotidianamente.
Julieta não morreu porque era migrante. Porém, levava na sua memória, compatriotas parentes, amigos, famílias brutalmente espalhados pelo mundo em busca da sobrevivência humana, reflexos da diáspora venezuelana, efeitos de uma ditadura cruel, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Venezuela é o país mais pobre da América Latina, no Brasil, os refugiados/as venezuelanos/as estão espalhados por todo território nacional. Dados de (2023) da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) sinalizam que mais de quatro milhões de refugiados e migrantes da Venezuela lutam para acessar necessidades básicas nas Américas.
Julieta não morreu porque era mulher. Contudo, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Em 2022, uma mulher foi morta a cada 6 horas, no Brasil, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Julieta morreu porque o Brasil é um país perigoso. O direito de ir e vir (garantido na constituição brasileira) está completamente ameaçado pelas mais variadas formas de violências, organizações criminosas do narcotráfico, demarcam territórios em pequenas e grandes cidades brasileiras, pichações com siglas em muros, mortes violentas, controle de bairros, cracolândias nascem e externam o caos de um problema sem fim de segurança e saúde pública.
Julieta morreu na região mais pobre e violenta do Brasil. Estudo (2023) do economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), confirma o retrato já conhecido da pobreza no Brasil: os piores casos estão nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Seis Estados do Nordeste e seis do Norte estão entre os 12 mais violentos do Brasil, de acordo com informações (2023) do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Outras Julieta(s), infelizmente, estão morrendo agora. Os três poderes da república brasileira e seus agentes, parecem cada vez mais engessados, distantes em suas bolhas de poder, sem ações concretas e permanentes, diante de uma realidade cotidiana de violência que todos/as nós conhecemos ou já ouvimos falar, que atinge todo o território nacional.
Descrevemos parte da nota de pesar divulgada pela representação do ACNUR, no Brasil. (...) “Assim como muitas mulheres refugiadas e migrantes, Julieta levava sua arte, cultura e conhecimento a diferentes comunidades no Brasil. Nossos sentimentos estão com amigos e familiares de Julieta, especialmente aqueles que esperavam por seu retorno seguro ao país de origem”.
Quem escreve é Dado Galvão, ciclista e documentarista, idealizador do Movimento @cicloolhar. Vivo e pedalo em Jequié - Bahia, infelizmente considerada, a cidade mais violenta do Brasil, segundo o 17° Anuário Brasileiro da Segurança Pública.
janeiro/2024
Ciclistas, testemunhas da diáspora venezuelana. #cicloolhar
Ciclistas, testemunhas da diáspora venezuelana.
Já são quatro anos do Concurso Cultural de Foto(grafia) @cicloolhar, que acontece desde o ano de 2019, para refletir sobre o dia 10 de dezembro, data dedicada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
ANDAR DE BICICLETA É UM DIREITO HUMANO NAS RUAS E ESTRADAS!
Jesus ciclista, cotidianamente atropelado e morto. #cicloolhar
Regressando do trabalho, Jesus, que tinha 54 anos de idade, foi atropelado e morto quando pedalava. Motorista e veículo não foram identificados.
Um homem que supostamente teria o nome de Jesus tatuado no braço e conduzia uma bicicleta de cor azul, foi atingido frontalmente por um automóvel quando pedalava, ele morreu no local, o motorista não possuía licença para dirigir.
Conhecido entre os seus familiares e amigos por contar histórias sobre Jesus, um homem de 63 anos, muito religioso e de boa saúde, foi atropelado quando andava de bike, levado ainda com vida para o hospital, pedalou pela vida, sobreviveu a duas cirurgias na coluna e ferimentos na cabeça, contraiu infecção hospitalar e morreu.
Os relatos de atropelamentos e mortes de ciclistas, infelizmente, são verdadeiros. Aconteceram durante o ano de 2023, em Jequié, município de mais de 150 mil habitantes, no interior da Bahia, a única estrutura ciclística da cidade são 6 km de ciclofaixa. Jequié é considerada a cidade mais violenta do Brasil, segundo o 17° Anuário Brasileiro da Segurança Pública.
Os Dados mais recentes do (DataSUS), ferramenta do Ministério da Saúde, sinalizam que em uma década (2012-2022), o número de internações de ciclistas envolvidos em acidentes (cresceu 71%).
O estado de São Paulo registrou quase uma morte de ciclista por dia (nos sete primeiros meses de 2023) segundo dados do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito. Ao todo, foram 201 óbitos no período.
Cada cidade tem uma realidade diferenciada. No Norte e no Nordeste, a bicicleta é vista como transporte de pobre, de gente mal-sucedida, lamentavelmente, continua sendo assim. É preciso implementar diálogo, pesquisa e debate sobre esse assunto.
Nas regiões sudeste, sul e centro-oeste, existem um pouco mais de estruturas ciclísticas, mais cicloativismo e pressão social por parte dos coletivos, quando comparamos com a realidade do norte e nordeste, contudo, os efeitos de um trânsito violento e crucificador existem de uma forma muito concreta, independente da região do Brasil, na imagem abaixo um relato (17/12) para reflexão, partilhado pela ciclista Eva Kseniuk, de Florianópolis, em Santa Catarina.
A Estratégia Nacional de Promoção da Mobilidade por Bicicleta, coordenada pela União dos Ciclistas do Brasil (UCB) e outras organizações pró-ciclismo, gestores municipais e empresários do setor, apontam os principais gargalos para uso da bicicleta no Brasil. “Percepção de insegurança; infraestrutura inadequada; trânsito violento; baixo engajamento do poder público para incentivar o uso das bicicletas; dificuldade de acesso; e planejamento urbano que não favorece o chamado transporte ativo, como bicicletas e caminhadas”.
Segundo Yuriê Baptista da (UCB) em entrevista para o Correio Braziliense, “uma das ações necessárias para alterar o cenário é a gestão federal exigir dos demais entes a implementação de estruturas aos ciclistas durante o repasse de verbas. Falta definir a aplicação dos recursos destinados à legislação, Lei nº 13.724, de 2018, que estabelece o Programa Bicicleta Brasil (PBB)”.
Recentemente (23/11) o presidente Lula, sancionou a (Lei n° 14.729) o texto amplia a participação popular nos processos de implantação de infraestruturas para circulação de bicicletas e exige planejamento dos municípios para ampliar o perímetro urbano, além de incentivar o ciclismo nas cidades.
Em 2024, vivenciaremos o processo das eleições municipais, ciclistas/cidadãos/ãs, elegerão prefeitos/as e vereadores/as, caberá a nós exercendo e pedalando por cidadania e, especialmente aos coletivos de ciclistas espalhados pelo Brasil, colocar o ciclismo sustentável como um dos pontos fundamentais para decidir o voto. Como faz e nos ensina Jesus ciclista, “pensar globalmente e agir localmente”.
As luzes piscam e enfeitam vitrines e cidades para anunciar o natal, são as mesmas que são acesas em muitas bicicletas, que possui kit de iluminação, porém, de luminância invisível. São luzes de faróis e lanternas que cada vez mais iluminam e alertam cidades pela segurança da mobilidade humana e sustentabilidade da nossa Casa Comum. Verdadeiras e necessárias luzes de natal!
Dado Galvão é ciclista e documentarista, idealizador do Movimento @cicloolhar
Em Jequié (BA) estudantes criam dispositivo eletrônico de segurança para ciclistas. #cicloolhar
Orientados pela ciclista e professora mestra em física, Karla Pedroza Oliveira, os estudantes do 1° ano do ensino médio, Arthur Vieira, Daniel Aguiar Oliveira e Maria Eduarda de Araújo, desenvolveram um dispositivo eletrônico anexado a uma pochete ou bolsa de cintura, que é acoplada ao quadril do ciclista, produzindo vibrações sempre que um veículo desrespeitar a distância lateral recomendada pelo CTB.
Segundo os estudantes, “o dispositivo pode contribuir para evitar acidentes de trânsito envolvendo ciclistas, além de promover confiança e segurança para aqueles que desejam pedalar e são desencorajados pelos perigos do trânsito e falta de estruturas ciclísticas”.
Karla ressaltou que pretende juntamente com os estudantes, realizar na 11° FECIBA, uma homenagem em memória dos quatros ciclistas que foram atropelados e mortos este ano em Jequié. “Uma das vítimas, Ilma Cristina, esmagada por um caminhão caçamba, em janeiro de 2023, quando pedalava na Avenida César Borges, era funcionária pública e trabalhava no colégio onde leciono, Ilma morreu na avenida onde está localizado o nosso colégio”, evidenciou a professora.
Jequié possui mais de 150 mil habitantes, conforme o último censo do IBGE, conta com apenas 6 km de ciclofaixa, é considerada a cidade mais violenta do Brasil, segundo o levantamento do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Recentemente (23/11) o presidente Lula, sancionou a (Lei n° 14.729) o texto amplia a participação popular nos processos de implantação de infraestruturas para circulação de bicicletas e exige planejamento dos municípios para ampliar o perímetro urbano, além de incentivar o ciclismo nas cidades.
Este ano o Movimento Ciclo-Olhar, em alusão (10/12) ao dia internacional da (Declaração Universal dos Direitos Humanos), data refletida pelo movimento há quatro anos, com a realização de concursos culturais de foto(grafias) optou por homenagear na sua 5° edição, a iniciativa estimulada pela professora Karla, concedendo-lhe uma singela homenagem, com entrega de uma plaquinha e camisa do movimento.
“Toda pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam”. Art. 27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, contudo, ainda há uma longa pedalada para que a ciência e a cultura da bicicleta sejam usufruídas plenamente com segurança e como um direito para todos/as.
Dado Galvão é ciclista, documentarista, idealizador do Movimento @cicloolhar
Transporte sustentável enfrenta desafios #cicloolhar
(...) O documentarista Dado Galvão, idealizador do Movimento Ciclo-Olhar, mora em Jequié (BA), cidade apontada pelo Anuário de Segurança Pública de 2023 como a mais violenta do Brasil. Ele destaca a violência no trânsito como um grande desafio para a sociedade. Em 2023, foram três ciclistas mortos nesse contexto.
"Cada cidade, cada localidade, tem uma realidade diferenciada. No Norte e no Nordeste, a bicicleta é vista como transporte de pobre, de gente mal-sucedida. E continua sendo assim", explicou Dado Galvão. "É preciso implementar diálogo, pesquisa e debate sobre esse assunto. São coisas muito simples, mas, na minha avaliação, falta boa vontade", concluiu.
Victor Correia, Correio Braziliense, outubro/2023
Jequié: bicicletas coloridas e ciclistas cada vez mais invisíveis. #cicloolhar
A bicicleta danificada pelo impacto do atropelamento foi pintada de amarelo e fixada com correntes, no suporte de uma placa de sinalização, no mesmo local onde o movimento fixou (13/9) uma bicicleta de cor azul e três cruzes, em alusão aos ciclistas atropelados e mortos em Jequié, este ano. Agora são quatro cruzes e mais uma bicicleta amarela para simbolizar o espírito de juventude, fé e trabalho, deixado por “Nego”, que pedalava cotidianamente há mais de 30 anos, e possuía uma boa saúde.
Foram fixadas também no local placas artesanais confeccionadas pela cicloativista Jil Bike, que alertam: “Prefeito e vereadores, ciclista também é gente”, este ano em Jequié, 4 ciclistas atropelados e mortos”. Mesmo existindo uma visível tendência de mais acidentes e mortes envolvendo ciclistas, não existem ações concretas pré-ciclismo por parte do executivo e legislativo municipal, para preservar vidas, além de um convivente silêncio dos grupos de ciclismo local.
Jequié possui mais de 150 mil habitantes, conforme o último censo do (IBGE) é considerada a cidade mais violenta do Brasil, segundo o levantamento do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
2023: Sobe para quatro o número de ciclistas mortos em Jequié. #cicloolhar
Morreu segunda-feira (16/10) no HGPV - Hospital Regional Prado Valadares, em Jequié - Bahia, o ciclista e diácono evangélico da Igreja Shema, (Edilzo Souza Lima) conhecido carinhosamente como ("Nego") de (63 anos de idade), morador da Rua Francisco Pereira, no bairro popular do km 3.
O ciclista, que era muito religioso, pedalava há mais de 30 anos, foi atropelado por um caminhão caçamba, quando andava de bicicleta retornando do trabalho, na estrada da Fazenda Velha, nas proximidades de um motel, após a semana nacional de trânsito, que aconteceu entre os dias 18 e 25 de setembro.
Segundo informações dos familiares, ouvidos pelo Movimento Ciclo-olhar, "Nego" deu entrada no HGPV, na última semana do mês de setembro, com vários traumas pelo corpo, passando por cirurgias na coluna, em seguida, contraiu infecção.
Um boletim de ocorrência foi registrado pela família da vítima, que deixa 4 filhos, o motorista que conduzia o veículo de propriedade de uma empresa local do ramo de biscoitos, foi identificado pelas autoridades.
O corpo foi velado na Igreja Assembleia de Deus, no km 3, e será sepultado hoje (17/10) no Cemitério do Povoado de Santa Clara, zona rural de Jequié.
É o segundo ciclista atropelado e morto em 2023, na estrada da Fazenda Velha, região bastante frequentada por ciclistas, principalmente nos finais de semana, por ser um dos acessos para a barragem de pedras, ao longo da estrada também existem muitos bares. Em janeiro deste ano, Wilson Rios (64 anos) morreu quando pedalava na mesma região, o motorista fugiu do local e não foi identificado.
Este ano (quatro) ciclistas já foram atropelados e mortos em Jequié, quando andavam de bicicleta. Na cidade de mais de 150 mil habitantes, considerada a mais violenta do Brasil, pelo 17° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, não existem políticas públicas pró-ciclismo.
@dadogalvao Movimento @cicloolhar
outubro/2023
Ciclistas de Jequié cobram ciclovias na cidade em meio a descaso das autoridades #cicloolhar
Conhecida como Cidade do Sol, Jequié, no sudoeste da Bahia, chama atenção por suas belezas naturais, com espaços propícios para pedaladas. Um empecilho à melhor exploração desta atividade no município, no entanto, é a falta de políticas públicas voltadas à segurança dos ciclistas na região. (VEJA MAIS AQUI, METRO1)
METRO1, outubro/2023.
Movimento Ciclo-olhar cobra providências de prefeitura após mortes no interior da Bahia.
O idealizador do movimento Ciclo Olhar, Dado Galvão, critica a gestão municipal por, segundo ele, inviabilizar a causa em defesa dos ciclistas na cidade. “O que acontece aqui, em Jequié, serve de exemplo para não ser seguido em todo o Brasil. Nós vivenciamos a semana nacional do trânsito que foi voltada somente para o atropelamento de animais, não que não precise ter, mas as ocorrências com atropelamento de ciclistas também merecem atenção”, afirma à AGÊNCIA CENARIUM AMAZÔNIA.
Agência Cenarium Amazônia, setembro/2023
Protesto em Jequié (BA): violências, ciclistas atropelados e mortos.
A nota da Prefeitura Municipal de Jequié, enviada ao jornalismo da TV Sudoeste (é desumana, construída com desonestidade intelectual, faltando com a verdade, distorcendo fatos que são públicos)
Convidamos você, para pesquisar e fazer uma checagem sobre o tema, aqui no blog do Movimento Ciclo-olhar. Estamos à sua disposição para esclarecer qualquer dúvida, dialogar sobre o tema na sua escola, grupo, comunidade.
Nossa solidariedade aos familiares que perderam seus entes queridos, vítimas da violência, morreram em Jequié, simplesmente atropelados, quando andavam de bicicleta.
Ilma Cristina, presente em nossas pedaladas!
Wilson Rios, presente em nossas pedaladas!
"O ciclista da bike azul, Domingos", presente em nossas pedaladas!
Dado Galvão Movimento @cicloolhar
setembro/2023
Jequié (BA): violências, ciclismo e placas de papelão.
Violências.
A cidade baiana de Jequié, que possui mais de 150 mil habitantes, conforme o último censo do IBGE. É considerada a mais violenta do Brasil, segundo o levantamento do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Há mais de 350 km de Salvador, capital dos baianos, no município de Jequié, são registrados 88,8 homicídios por 100 mil habitantes. A Bahia é também o estado mais violento.
Ciclistas atropelados e mortos.
Este ano (2023) três ciclistas foram atropelados e mortos quando andavam de bicicleta, no mês de Janeiro, (Ilma Cristina de 54 anos) e (Wilson Rios de 64 anos) em 17 de julho, um ciclista que pedalava em uma bicicleta de cor azul, foi atropelado e também morreu. Na nota divulgada pela Polícia Militar e reproduzida pela imprensa local o ciclista foi identificado como "uma vítima que conduzia uma bicicleta cor azul”.
Em novembro de 2015, o Movimento @cicloolhar já alertava sobre mortes violentas em Jequié, com uma ciclopeformance fotográfica, realizada no cemitério do Curral Novo – Foto: Dado Galvão, Movimento @cicloolhar (VEJA MAIS FOTOS AQUI)
Plaquinhas de papelão, cidadania pró-ciclismo.
Uma iniciativa cidadã e necessária, que começou no anonimato, em setembro de 2020, tempo de pandemia, realizada pela cicloativista Jilmara Gonçalves “Jil bike”, um grito anônimo em forma de placas artesanais de papelão, fixadas em um poste de iluminação e no suporte de logradouros, exigindo políticas públicas para o ciclismo.
A promessa de ciclovia virou ciclofaixa.
O Movimento @cicloolhar realizou uma vaquinha em janeiro de 2021, e colocou na Avenida César Borges, um outdoor, exigindo do executivo e legislativo local, políticas públicas em defesa da bicicleta.
O executivo municipal logo respondeu, prometendo (sem dialogar com os ciclistas e coletivos) a construção de 6 km de “ciclovia”, na Avenida César Borges, que é bastante utilizada pelos munícipes para práticas esportivas. Doravante, mesmo com a publicação do aviso de licitação no diário oficial do município, em maio deste ano, promessa de “ciclovia”, virou promessa de 6 km de “ciclofaixa”, sem nenhum comunicado oficial da administração municipal sobre o porquê da assustadora desconformidade, alardeada pelo prefeito em suas redes sociais no Dia Nacional do Ciclismo.
Sem respostas do executivo e legislativo local.
Muitas ruas de Jequié, estão sendo asfaltadas, praças sendo construídas ou reformadas (sem bicicletários) a gestão municipal e muitos(as) celebram como progresso, além da colocação de uma nova, “moderna” sinalização de trânsito, que ainda infelizmente não contempla/enxerga o ciclista.
O trânsito local é municipalizado, a zona azul foi implantada, o município arrecada um valor significativo em multas de trânsito e outros impostos relacionados, mesmo com muitos ciclistas fazendo parte do trânsito cotidiano de Jequié, nada até agora, por parte do executivo ou legislativo para promover políticas públicas pró-ciclismo.
São 19 vereadores/as na Câmara Municipal de Jequié, é raro debates, proposições concretas, legislação pró-ciclismo.
Silêncio profundo dos grupos de ciclismo local.
Mesmo diante da violência que vitimou este ano três ciclistas e diante dos relatos de situações de perigo no trânsito, os grupos de ciclismo local, não se mobilizam para exigir do prefeito e vereadores, ações concretas.
É muito comum ouvir de lideranças dos grupos que a bicicleta é só para praticar “esporte, lazer, bike terapia, não é uma questão de política”. Ressaltamos que os coletivos são formados por pessoas de todos os estratos sociais e com influência na sociedade local.
Grupos de ciclismo que não exercem cidadania estão completamente omissos, anestesiados diante da realidade do ciclismo local, desconhecem o papel histórico da bicicleta e do ciclismo, estão perdidos na trilha com pneu estourado. Podemos denominar de Ciclismo Robocop ou ciclistas de plástico.
Ciclistas precisam enxergar ciclistas. É necessário que os grupos de ciclismo local exerçam papel coletivo de cidadania e pressão social, exigindo políticas públicas, leis, incentivo para os usuários de bicicletas, com ou sem uniforme, com ou sem capacete, da barra circular ao carbono, da fábrica ao cicloturismo, do operário ao doutor. A magrela está em todos os lares e desconhece estratos sociais.
Bicicleta de cor azul.
Em memória dos três ciclistas atropelados e mortos em Jequié, foi fixada com corrente, no suporte de uma placa de sinalização, na Avenida César Borges, uma bicicleta de cor azul, com três cruzes e placas de papelão exigindo políticas públicas pró-ciclismo, ação realizada pelo documentarista e ciclista Dado Galvão (Movimento @cicloolhar) e pela cicloativista Jilmara Gonçalves, na noite de 13 de setembro.
A cor azul foi escolhida em alusão ao “ciclista da bike azul”, atropelado e morto, na Avenida Jequitibá, Baixa do Bonfim, próximo ao Parque de Exposições de Jequié, em 17 de julho.
Cegueira, insensibilidade, falta de diálogo, velhas políticas que nascem nos gabinetes fechados, de cima para baixo, culminância que ignora uma massa cada vez maior de seres humanos usuários de bicicletas.
Três cruzes em memória e para reflexão com os nomes dos ciclistas atropelados e mortos em Jequié, este ano – Foto: Movimento @cicloolhar
O Movimento ciclo-olhar propõe.
Colocação de placas pró-ciclismo nas rotas mais utilizadas pelos ciclistas.
Criação do bicicletário público central, com legislação para que a Guarda Municipal promova a segurança das bicicletas no bicicletário.
Legislação local pró-ciclismo, audiências públicas para implementação de ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas.
Atividades pró-ciclismo nas escolas municipais, campanhas ciclo-educativas de trânsito, estimular doações de capacetes novos e usados.
Criação da bolsa ciclista para ciclistas que participam de competições esportivas e culturais de âmbito estadual, nacional e internacional.
Por força de lei, criação do dia municipal para realização do cicloturismo, com garantia de recursos permanentes.
Sabemos que a realidade ciclística de Jequié se repete na maioria das cidades brasileiras do mesmo porte da cidade baiana, e nós cidadãos(ãs) que andamos de bicicleta ou não, devemos ser coadjuvantes, exercendo cidadania nas mais variadas causas, para cobrar, exigir mudanças.
A violência acontece das mais variadas formas, de forma velada, silenciosa, inclusive na omissão de políticas públicas para o ciclismo e, qualquer um de nós podemos ser vítimas desta ameaça constante, seja no trânsito ou no nosso giro cotidiano pelo pão nosso de cada dia.
Abaixo, o Movimento Ciclo-olhar disponibiliza um vídeo minuto para reflexão, elaborado pelo documentarista e idealizador do movimento, Dado Galvão. A ideia é estimular o compartilhamento do vídeo nas redes sociais para promover um sentimento de empatia e cidadania pró-ciclismo.
Dado Galvão é ciclista e documentarista, idealizador do Movimento @cicloolhar
setembro/2023
19 de agosto #DiaNacionalDoCiclista #cicloolhar
19 de agosto (Dia Nacional do Ciclista) faz parte do calendário oficial brasileiro desde 2018, após aprovação no Congresso Nacional, segundo informações contidas no site do Senado Federal. O dia é uma homenagem ao ciclista Pedro Davison que morreu em 19 de agosto de 2006, em Brasília, depois de ser atropelado por um motorista que dirigia em alta velocidade e embriagado.
“A proposta de criação da data também é para incentivar o respeito ao ciclista e o uso da bicicleta nos deslocamentos diários”, mesmo com a criação de uma data nacional, que nasce marcada por um crime contra a vida humana, quando se assume o risco de produzir a morte. Infelizmente, Pedro(s) ciclistas anônimos/as, invisíveis, com e sem nomes, continuam sendo atropelados/as e mortos/as em todo o território nacional, onde são raras as cidades que possuem políticas públicas voltadas para o ciclismo.
Segundo informações do site alagoano, Tribuna Hoje, de junho de 2023, citando informações do DataSUS, ferramenta do Ministério da Saúde, “em uma década (2012-2022), o número de internações de ciclistas envolvidos em acidentes cresceu 71%. Em 2012, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 8.831 hospitalizações com esse perfil e, no ano passado, 15.098. Dez anos atrás, 205 pessoas perderam a vida. Em 2022, foram 316 óbitos, já neste ano, até março, o SUS contabilizou 3.543 internações e 74 pessoas morreram”.
Diante dos números e das nossas vivências como ciclistas, naquilo que testemunhamos cotidianamente, em pedaladas, giros ou a caminho das trilhas, indistintamente na condição de (ciclista) podemos afirmar que 19 de agosto(s) é o Dia Nacional dos Ciclistas Atropelados, Sobreviventes, Sequelados, Mortos e Vítimas em Potencial.
Demos um google, pedalamos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, trilhando por sites de notícias, realizamos uma pesquisa básica em busca de noticias do ano de 2023, envolvendo atropelamentos e mortes de ciclistas, em cada uma das unidades da federação, para nossa pedalada de reflexão e memória. Iniciaremos nossa ciclo(reflexão) pela região nordeste, em Jequié, município baiano, onde vivo e ando de bicicleta, localidade com mais de 150 mil habitantes, (considerada a cidade mais violenta do Brasil, segundo o anuário/julho de 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
(Região Nordeste) Bahia: Ilma Cristina, 54 anos, Wilson Rios, 64 anos, “Ciclista da bike azul”. Três ciclistas atropelados e mortos este ano em Jequié, Alagoas: João Vicente da Silva, 56 anos. “Ciclista morre atropelado a caminho do trabalho na AL-101 Norte”, Ceará: “Uma ciclista de 36 anos”. “Ciclista morre atingida por caminhão em Quixadá, no interior do Ceará”, Maranhão: “Um ciclista de 32 anos”. “Ciclista morre atropelado ao bater em caminhonete na BR-135 no MA”, Pernambuco: Pedro José da Silva, 57 anos. “Motorista de ônibus atropela ciclista, arrasta poste e bate em borracharia; vítima morreu”, Paraíba: Josivaldo da Silva Pereira, 54 anos. “Ciclista morre após ser atropelado na BR-230, próximo a São Mamede, no Sertão”, Piauí: Luís de Sales Souza Filho, 48 anos. “Ciclista de 48 anos morre após ser atropelado por carro no litoral do Piauí”, Rio Grande do Norte: “Um ciclista morreu”. “Ciclista morre atropelado por caminhão em rotatória na Zona Oeste de Natal”, Sergipe: Rare Oliveira Paixão, 35 anos. “Ciclista morre após ser atropelado na Zona Sul de Aracaju”.
(Região Centro-Oeste) Distrito Federal: “Um ciclista, de 53 anos”. “Ciclista que entregava comida por aplicativo morre após ser atropelado no Eixão, em Brasília”, Goiás: “Um ciclista morreu”. “Ciclista morre atropelado por motorista que fugiu sem prestar socorro na BR-153, diz concessionária”, Mato Grosso: Antônio Marcos Silva Alves, 41 anos. “Ciclista morre após ser atropelado por motorista sem habilitação em MT”, Mato Grosso do Sul: Wyllyan Caldeira,18 anos. “Motorista abre porta de carro, e ciclista morre ao ser arremessado para baixo de ônibus em Campo Grande”.
(Região Sudeste) Espírito Santo: “Um ciclista de 35 anos”. “Ciclista que saía do trabalho morre atropelado na BR-101 na Serra, ES”, Minas Gerais: Welbert de Souza Abreu, 20 anos. “Ciclista morre após ser atropelado por caminhão, em Curvelo”, Rio de Janeiro: Almir Monsato. 59 anos. “Ciclista morre após ser atingido por carro na BR-101”, São Paulo: José Manoel Souza. “Ciclista de 51 anos morre atropelado na rodovia em Pontal, SP”.
(Região Sul) Paraná: Gabriel Vilarinho Matoso, 20 anos. “Ciclista de 20 anos morre atropelado por caminhão em Maringá”, Rio Grande do Sul: Pedro Moisés Fagundes da Silva, 63 anos. “Câmera de segurança registra momento de acidente que matou ciclista em Passo Fundo”. Santa Catarina: “Um ciclista idoso”. “Ciclista idoso morre após ser atropelado por caminhonete em SC”.
Diante de tantos/as compatriotas, irmãos e irmãs no ciclismo, que tombaram e, infelizmente, tombarão andando de bicicleta, veículo universal que nos faz iguais na mobilidade e fragilidade da vida, em um trânsito que reflete a nossa imagem como sociedade cada vez mais violenta e omissa.
Pedalar é um ato político e consequentemente de coragem, andar de bicicleta no Brasil, lamentavelmente, é correr risco de vida, se nós (cidadãos/ãs ciclistas) não exercermos cidadania, pressão social local, estadual e federal, mobilização, (empatia). Continuaremos na trilha da omissão, inimigos/as de nós mesmos/as (do bem comum) inimigos/as da simplicidade da bicicleta e do ciclismo humanizado.
Quantos km de ciclofaixas, ciclovias e ciclorotas existem na cidade onde você pedala?
Existem bicicletários públicos, placas e leis pró-ciclismo na sua cidade?
Ciclistas já morreram atropelados ou ficaram feridos na cidade onde você vive?
O seu grupo de ciclismo está exigindo das autoridades locais, políticas públicas para o ciclismo?
Grupos de ciclismo que não exercem cidadania estão completamente omissos, anestesiados diante da realidade do ciclismo local, desconhecem o papel histórico da bicicleta e do ciclismo, estão perdidos na trilha com pneu estourado, é a rota desgastada dos falsos coletivos e seus/suas ciclistas de plásticos.
O giro é simples e reto. Somos todos/as vítimas em potencial.
“A indiferença é perigosa, seja inocente ou não”. Papa Francisco
Dado Galvão é ciclista e documentarista, idealizador do Movimento @cicloolhar
agosto/2023.