"Tem outras formas de enxergar as coisas da vida, não precisa ser com os olhos”.

Compartilho interessante reportagem, exibida pelo programa Fantástico da Rede Globo, em 26 de junho de 2016, onde um casal de cegos brasileiros (Jorge e Carlise), mesmo sem poder enxergar, encomendou um álbum de fotografias da filha recém-nascida.


Detalhe, Márcia Bela (fotógrafa), foi procurada para realizar o trabalho fotográfico, sem ser informada pelo casal que eram cegos, a fotógrafa só ficou sabendo que o casal era cego, quando chegaram ao estúdio fotográfico.

O exemplo do casal de cegos retrata bem a necessidade, desejo natural e humano do homem pela imagem, superando até a deficiência promovida pela cegueira de nascença, no caso do Jorge, que nunca tinha visto um foto, ou nas palavras sensíveis de mãe, Carlise, "tem outras formas de enxergar as coisas da vida, não precisa ser com os olhos”.

E foi sem os olhos que a fotógrafa Márcia Beal, humanamente sensível enxergou e "sentiu uma necessidade de entregar algo mais”.

"Não existem fotografias que não sejam portadoras de um conteúdo humano e consequentemente, que não sejam antropológicas à sua maneira. Toda a fotografia é um olhar sobre o mundo, levado pela intencionalidade de uma pessoa, que destina sua mensagem visível a um outro olhar, procurando dar significação a este mundo”. (Samain, citado por Achutti 1997, p. 36)




(julho de 2016)