#cicloolhar Elegância é riqueza interior

 #cicloolhar Dona Maria de Lurdes de Jesus e seu imponente vestido vermelho moradora da Barragem de Pedras, ex-moradora do Abrigo dos Idosos de Jequié - Bahia
 

“Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto”. (Trecho do texto Elegância, de Martha Medeiros).

O chique do Cycle Chic é um pouco diferente daquele associado ao dinheiro e ao luxo; ele está mais ligado à ideia de elegância da qual Martha Medeiros fala brilhantemente em seu texto. Não é a roupa bem cortada de tecido nobre, as joias com pedras preciosas ou as bolsas de grife que tornam alguém elegante. A bicicleta não é só um acessório bonito, mas uma evidência do perfil caracterizado por um comportamento refinado, ao qual associamos o verdadeiro sentido de elegância.

Basta acessar os blogs protagonizados por Mikael Colville-Andersen, espalhados pelo mundo. Não é o batom, mas o sorriso que dá elegância aos ciclistas fotografados. Não é o corte de cabelo ou o formato dos óculos, mas o semblante amigável que torna estes ciclistas chiques. Não são os cremes e maquiagens o que os tornam bonitos, mas sim as expressões que sinalizam o respeito e a atenção com o trânsito.

Eles optam por cores que não necessariamente serão adotadas como tendência nas semanas de moda, mas que colorem e contrastam agradavelmente com a cidade.

Talvez a maior elegância dos adeptos ao Cycle Chic seja o gesto, especialmente expresso na escolha pela bicicleta para se locomover. É a elegância do comportamento desobrigado, natural, que acompanha cada um durante todo o dia, e não apenas no “obrigado” forçado ou no bom-mocismo das horas em que se convém praticá-lo.

Essa elegância não se compra. Ela vem de uma visão empática do mundo, que se traduz em generosidade, como respeitar o espaço das pessoas, e a bicicleta é um dos meios de transporte que melhor traduz este respeito.

Essa elegância não se aprende em livros de etiqueta. Ela só se manifesta verdadeiramente quando se é espontâneo, humano. Quem adere ao Cycle Chic contribui para a humanização do espaço urbano, fomenta o contato, o bate-papo informal, o olho no olho, coisas essencialmente elegantes.

#cicloolhar BR 116, Jequié/BA, (Crisman Bispo) “Cris” é mulher; trabalhadora da indústria de calcados Ramarim; ciclista orgânica/raiz, moradora do bairro “Curral Novo”, utiliza sua bicicleta para chegar ao trabalho.


O chique do Cycle Chic não está no brilho dos anéis, correntes e colares. O brilho que realmente cativa é o da educação e do respeito. É ter um estilo próprio, não melhor ou pior do que ninguém. É a elegância de saber ouvir, e quando falar, ter o mesmo tom de voz com o garçom e com o dono do restaurante. (LEIA MAIS)